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7 de novembro: Dia do Radialista

Nesta data, a AMATRA IV faz sua homenagem a essa importante profissão e a um associado que a desempenha com maestria. Confira a seguir a entrevista com o Juiz do Trabalho aposentado Gerson Antonio Pavinato, criador (e comunicador) da Bem Boa rádio web. “Retornar ao rádio, após 25 anos na Justiça do Trabalho, é uma forma de rejuvenescimento”, afirma o entrevistado. E acrescenta: “Essa comunicação direta com a sociedade influencia na minha vida no sentido de sempre me sentir bem acompanhado e útil, levando mensagens positivas e de esclarecimentos a quem precisa e, convenhamos, todos nós precisamos”.

Conte um pouco da sua trajetória até chegar ao atual momento de vida.
Antes de ingressar na magistratura, fui radialista por 16 anos, tendo sido comunicador de rádio em Porto Alegre, atuando em várias emissoras. Posteriormente fui servidor do TRT4 por cinco anos e Juiz do Trabalho por mais 20 anos, até a aposentadoria. Atualmente, retornei à advocacia e criei a Bem Boa rádio web, relembrando os tempos da juventude, numa programação essencialmente musical, estilo “flashback”, fazendo programas ao vivo, especialmente a partir das 23 horas. Tem aplicativos grátis fazendo a busca em rádio Bem Boa ou Bem Boa rádio web e o endereço eletrônico é http://www.radiobemboa.com.br/

Como foi transitar da vida de juiz para a de radialista?
Não foi difícil, na medida em que eu já tinha sido radialista profissional anteriormente.

Há alguma semelhança entre as duas profissões?
Algumas, como a de estar sempre em contato com as pessoas, prestando um serviço público. Apesar de que a função de juiz isola mais, no sentido de privar a pessoa de algumas exposições, para não afetar a necessária reputação ilibada que é condição do magistrado e tal conceituação é definida pela própria sociedade, muitas vezes de forma subjetiva.

Do que sente mais falta da época de jurisdição?
Do convívio direto com os operadores de direito, do exercício diário de dar o maior esforço na tentativa de prestar a melhor justiça, num País de muitas injustiças e desigualdades sociais.

Como vê a magistratura e a Justiça do Trabalho nos dias de hoje? Mudou algo? O quê?
Hoje os magistrados têm melhores condições de trabalho, maior aparato de retaguarda. O juiz substituto tirava as férias dos titulares e eventualmente atuava de forma conjunta, somente em regime de exceção. Quando ingressei, em 07 de janeiro de 1992, não contávamos com apoio de secretários especializados junto à análise e elaboração de minutas de sentença, por exemplo. Havia menos juízes e menos Varas do Trabalho (Juntas de Conciliação e Julgamento, à época). Meu primeiro computador foi comprado um ano depois ter assumido como juiz. Atualmente, melhoraram as condições de trabalho, inclusive com a criação de prédios próprios, o que não era tão comum no interior, apesar de que houve uma involução quanto aos direitos trabalhistas, especialmente pela Reforma Trabalhista que arredou vários direitos consagrados do trabalhador e introduziu normas de discutível constitucionalidade, contrárias aos próprios princípios norteadores do direito laboral, gerando insegurança jurídica que, por tal razão, inevitavelmente afeta a própria credibilidade da instituição junto à sociedade.

E quais são os aprendizados que a rotina de radialista proporciona? Essa comunicação direta com a sociedade influencia de que forma na sua vida?
Comecei em rádio com 17 anos. Aos 18, já era líder de audiência em Porto Alegre, segundo o Ibope, na época pela antiga rádio Itaí. A experiência de radialista e comunicador, do contato direto com o público em geral, trouxe uma vivência que muito contribuiu para a minha atividade de Juiz do Trabalho, quando fiz uso sobremaneira do princípio da oralidade na solução dos litígios. Assim, tornei-me,  por anos seguidos, recordista de acordos trabalhistas, por acreditar que a conciliação é a mais barata, mais célere, mais rápida, mais segura e mais democrática de todas as decisões, por ser a única em que as partes decidem junto com o juiz. O uso da palavra, do improviso, de conversar com todos em pé de igualdade, desarmando espíritos, falando e ouvindo, sabendo da importância do papel representado, mas com humildade, foi um aprendizado que trouxe do rádio para a magistratura. Retornar ao rádio, após 25 anos na Justiça do Trabalho, é uma forma de rejuvenescimento. Tenho hoje ouvintes que me ouviam nos anos 70 e 80, o que é gratificante. Essa comunicação direta com a sociedade influencia na minha vida no sentido de sempre me sentir bem acompanhado e útil, levando mensagens positivas e de esclarecimentos a quem precisa e, convenhamos, todos nós precisamos.

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