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Beatriz Brun Goldschmidt (1979/1980)

(Depoimento concedido por ocasião dos 40 anos da entidade, em 2005)

“A AMATRA de 1979/80 era bastante diferente do contexto atual. Na verdade, estávamos iniciando e ainda engatinhando com nossa associação. A mudança das então Juntas de Conciliação e Julgamento da Rua Júlio de Castilhos para a Avenida Praia de Belas era bastante recente, e o colega que me antecedeu (Viana) havia conseguido com a Presidência do TRT, que continuava distante, pois permaneceu por longo tempo ainda no Centro, Edifício Protetora, que nos cedesse parte de um espaço onde futuramente seria instalada a secretaria de uma nova junta (contávamos apenas com 13 JCJ) no único prédio, para que instalássemos a sede da AMATRA.

Quando fui eleita, já encontrei a AMATRA naquele local, mas carecia ser vestida. Foi com grande esforço e queimando todas as nossas parcas economias que compramos a mesa para reuniões, e cadeiras, arrumamos uma sala para a Presidência, cozinha, e dividimos a secretaria, que ficava junto à sala de reuniões, separada apenas por uma parede de madeira que mandamos confeccionar em louro. Ficou um luxo! Nela realizamos um dos primeiros “Encontro Nacional da Magistratura Trabalhista”.

A Anamatra, recém-criada, se corporificava no próprio juiz Ronaldo Lopes Leal, porque não tendo qualquer sede, fazia com que sua personalidade jurídica se incorporasse na pessoa física do colega. Esta ausência de local para funcionar trazia como inconveniente a necessidade de se espraiar na nossa AMATRA, o que foi fonte de algumas calorosas discussões, mas nada que a nossa amizade não pudesse superar, mesmo porque comungávamos da mesma fé – o engrandecimento da magistratura trabalhista”.