“Força e Superação da Mulher no Mercado de Trabalho”: presidente da AMATRA fala em evento do Sincor/RS
A presidente da AMATRA IV, Carolina Gralha, foi painelista no 11º Encontro Estadual Feminino de Corretoras de Seguros. “Força e Superação da Mulher no Mercado de Trabalho” foi o tema de sua palestra durante o evento realizado em 31/5, na capital gaúcha, pelo Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor/RS).
Para os mais de 400 participantes do painel, a presidente da Associação falou sobre as dificuldades ainda enfrentadas pelas mulheres no dias atuais, seja no mercado de trabalho ou nas questões de gênero.
“Somos a maioria na população brasileira, temos mais educação formal e, mesmo assim, ainda ocupamos 44% dos empregos e estamos 29% a mais desempregadas do que os homens no País. Além disso, ocupamos apenas 2,8% dos cargos mais altos e recebemos 25% abaixo da remuneração paga aos trabalhadores”, enumerou. Afora estas constatações, a juíza também lembrou que há diferença salarial entre as próprias mulheres, pois as que têm filhos acabam por receber salários até 35% menores.
“Falamos de um País que está em 5º lugar entre aqueles que mais matam as suas mulheres. Por causa de toda essa realidade, de desigualdades históricas, sociais e culturais, temos que nos reafirmar no trabalho em face de ações que buscam constantemente a nossa deslegitimação”, referiu.
Nesse contexto, mencionou as padronizações de comportamento definidas pela própria sociedade no trabalho, “se a mulher é doce pode ser considerada maternal e como alguém que não tem pulso; se é rigorosa, passa a ser vista como histérica, que está ‘de TPM’. Ou seja, a crítica sempre existe e a condenação vem acompanhando”, ressaltou.
A união das mulheres em prol de suas causas é uma das saídas apontadas pela presidente da AMATRA IV para solucionar tais questões. Conforme Carolina Gralha, essa postura pode contribuir para por fim ao eterno ciclo de reafirmação e de condenação social pela condição de gênero. “A partir dessa união é que podemos lutar contra a sobrecarga e a rejeição que tentam nos impor a todo o momento somente pelo fato de sermos mulheres”, assinalou.
“Sinto que o peso das minhas responsabilidades, atribuições e papeis sempre diminui quando reconheço e sou reconhecida pelo olhar de outra mulher, faça isso também, pois é desse lugar de reconhecimento e de união feminina que surgirá uma nova sociedade”, finalizou a magistrada.