Nota de pesar
A AMATRA solidariza-se com a família e amigos pelo falecimento, neste sábado, 16, do colega Ronaldo Lopes Leal, aos 84 anos. O magistrado foi ex-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), da AMATRA IV (gestão 1975/1977) e da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).
Neste momento de dor, ratificamos nosso voto de pesar pela grande perda e nossos agradecimentos pela dedicação, exemplo, inspiração e trabalho prestado pelo colega à magistratura trabalhista brasileira. A AMATRA ingressa em respeitoso Luto Oficial de três dias.
Os atos fúnebres serão realizados, hoje, 16/10, no Crematório Metropolitano, a partir das 16h, em Porto Alegre.
O associado foi personalidade ímpar da magistratura do Trabalho e fez parte da construção desta no Brasil. Como demonstra manifestação feita por ocasião dos 40 anos da AMATRA IV, a respeito do período de sua presidência na entidade.
“As fases de existência de uma associação assemelham-se aos ciclos da vida humana. Elas passam por etapas distintas, mas compatíveis com a conjuntura social e política. Não se podem comparar as metas perseguidas hoje com aquelas que formulávamos na época. Minha presidência é a expansão disso: a AMATRA IV vivia isolada, desenvolvia-se em pleno regime militar e não tinha receitas. Estava confinada a Porto Alegre e a algumas cidades mais próximas, em que a convivência era possível. Organizei os cursos de preparação ao concurso para Juiz do Trabalho substituto, com o que a AMATRA passou a contar com uma arrecadação que transcendia às mensalidades sociais. Isso tornou possível a convivência com outras regiões da Justiça do Trabalho e a consequente proliferação das associações de magistrados do trabalho em capitais muito distantes de Porto Alegre. Promovi uma reunião de cinco regiões na nossa capital. Estiveram presentes um juiz do Rio de Janeiro, outro de São Paulo, um da Bahia e um de Minas. Rio e São Paulo já postulavam suas associações. Seguiram-se as outras regiões, mais o Ceará. Por outro lado, tratamos de aglutinar os juízes gaúchos, bem como de nos aproximarmos do Tribunal Regional infenso ao movimento associativo. Passamos a comparecer aos grandes eventos nacionais da Justiça do Trabalho, como a instalação do TRT da 9ª Região. Na esfera do Poder Executivo nacional, pugnamos por um canal oficial de estuário de nossas reivindicações, o que culminou com a criação, junto ao Ministério da Justiça, do Departamento de Assuntos Judiciários. Mantivemos inúmeros contatos com esse serviço e tivemos acesso a decisões importantes no setor da Justiça brasileira. Enfim, organizamos a AMATRA no plano interno e cuidamos de suas relações nacionais, obtendo um lugar destacado no conjunto da Magistratura do Trabalho do nosso País”.
Saiba mais
*Ronaldo Lopes Leal nasceu São Jerônimo/RS, em 09.02.1937. Em 1956, ingressou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais da UFRGS, onde bacharelou-se em 1960, passando a advogar. Em 1961, foi aprovado em 1º lugar no concurso para Pretor. Em 1º de agosto de 1963, ingressou na magistratura trabalhista como Juiz Substituto. Em 1965, foi promovido a Juiz-Presidente de Junta de Conciliação e Julgamento, tendo sido designado para atuar na JCJ de Santo Ângelo. Presidiu também as JCJs de Cruz Alta, Santa Maria, Canoas e 7ª de Porto Alegre. Em 1986, foi promovido para o cargo de Juiz Togado do TRT da 4ª Região, onde foi Presidente das 1ª e 2ª Turmas Julgadoras e o primeiro Corregedor Regional do Tribunal. Exerceu a Presidência do Tribunal no biênio 1994/1995. Em 18.12.1995, tomou posse como Ministro do TST, exercendo as funções de Corregedor Geral da Justiça do Trabalho (10.04.2002 a 13.04.2004) e Presidente (18.04.2006 a 07.02.2007), aposentando-se então.
*Com informações do Memorial do TRT-RS