Magda Barros Biavaschi (1988/1990)
(Depoimento concedido por ocasião dos 40 anos da entidade, em 2005)
“Em nossa gestão, que se deu a partir de uma disputa eleitoral, buscou-se, de forma partilhada, afirmar e aprofundar os trabalhos da festão anterior, liderada por Paulo Orval. Deu-se continuidade ao processo de construção das teses coletivas da AMATRA IV. Em julho de 1989, em Canela, por exemplo, no V Encontro Regional, tínhamos como objetivo específico construir propostas para um código de processo do trabalho à luz dos princípios do Direito do Trabalho. Em 1990, em Gramado, tentou-se diagnosticar a apresentar algumas soluções para um poder em crise. No cenário nacional, a AMATRA IV consolidava-se, ainda que com resistências. Decidiu-se, então, que era o momento de partirmos para uma sede própria. Sentíamo-nos maduros para uma empreitada de tal relevância. Um plano de adesão voluntária foi aprovado em assembleia. Pouquíssimos não aderiram. A participação expressiva dos associados permitiu que em 1990 nos tornássemos a primeira entidade regional de Juízes do Trabalho com sede própria. A próxima etapa seria a da criação de uma Escola da Magistratura do Trabalho, cuja discussão se iniciou em nosso mandato. Numa síntese, enfatizaria a importância de nossos processos coletivos de discussão e formação de consensos, muito ricos, apesar das resistências que enfrentávamos. Uma de nossas teses: o juiz é um cidadão, deu muitos panos para mangas… Outra, a da democratização externa da entidade, com conselhos de participação social e canais de comunicação sociedade/Estado/Estado/sociedade, foi inicialmente de difícil aceitação. Mais tarde, muitas acabaram incorporadas como teses da Anamatra. Ou seja, contribuímos para a formação de novos consensos”.